O Conselho de Ministros substituiu na quinta-feira a administração da ULS da Guarda liderada por Ana Manso, que foi marcada pela polémica nomeação do marido para consultor..A nova equipa dirigente será liderada por Vasco Lino, um gestor com pós-graduação na área de cuidados de saúde e que já esteve à frente do agrupamento de centros de saúde e do centro hospitalar da Cova da Beira..Ana Manso reagiu hoje à exoneração, numa conferência de imprensa realizada numa unidade hoteleira da cidade, onde afirmou que a decisão foi "um choque" para toda a equipa.."Penso que todos nós estávamos a trabalhar com empenho, com dedicação, sempre pondo a ULS e a Guarda acima de quaisquer interesses, quaisquer lóbis", afirmou..A ex-presidente assegurou que nunca trabalhou "em função de interesses nem de lóbis, muito menos de seitas", e que o trabalho da direção daquela unidade de saúde "era um trabalho sério, responsável, que apenas se preocupava com o bem-estar dos doentes, com a motivação dos profissionais"..Ana Manso disse que a administração da ULS, cuja presidência assumiu em dezembro de 2011, fez "o melhor" que pode e contou ter encontrado a unidade numa situação de "quase pré-falência". Sob a sua liderança, acrescentou, esta passou a ser, em termos económicos e financeiros, "a melhor da região centro e a segunda melhor do país em termos de desempenho"..Para a exoneração do cargo não tem explicações, apontando que o relatório da Inspeção Geral das Atividades em Saúde apresenta 134 recomendações, embora "apenas cinco" digam respeito ao conselho de administração cessante e todas as outras tenham a ver com administrações anteriores.."Se eu não fosse militante do PSD, nós [equipa exonerada] continuaríamos no conselho de administração da ULS da Guarda sem quaisquer dificuldades e com todos os apoios e solidariedades", observou, considerando que, do ponto de vista político, o convite para desempenhar o cargo "foi um presente envenenado"..A administração da antiga deputada foi marcada pela polémica nomeação que fez do marido, Francisco Pires Manso, para as funções de auditor interno daquela ULS e que suscitou fortes críticas dos partidos da oposição, que a consideraram um "verdadeiro escândalo" e um "favoritismo claro familiar"..Pouco depois, Ana Manso demitiu o marido "para assegurar todos os critérios de transparência que se exige às instituições e aos dirigentes de cargos públicos", conforme terá justificado na altura ao ministro da Saúde..Na altura assegurou que a designação do marido para este cargo "cumpriu escrupulosamente todos os procedimentos legais" e hoje reafirmou que "do ponto de vista formal e legal as regras foram todas cumpridas".